15 Setembro 2020

O Grupo de Trabalho Europeu de Consultores de Inovação (EWGIC), do qual a FI Group é membro, publicou esta semana quinze recomendações dirigidas à Comissão Europeia sobre como reduzir o “as opiniões subjetivas” durante o processo de seleção de futuros projetos deeptech EIC Accelerator.

Este programa, criado em 2014, no âmbito do Horizon Europe, tornou-se o maior e mais competitivo quadro de financiamento público para as startups tecnológicas mais avançadas da Europa.

No EWGIC verificamos que as taxas de sucesso deste programa situam-se abaixo de 1%. E, até ao final de outubro deste ano, são esperadas mais de 5 mil candidaturas. Das quais apenas 30 a 40 empresas terão a sua candidatura aceite e financiada sob este mecanismo. Atualmente, o sucesso de candidatura a este apoio exige um esforço de elevada qualidade na apresentação da ideia do projeto, mas também da opinião subjetiva de avaliadores externos.

De forma a mitigar estas questões, a task-force do EIC sugeriu um novo processo de avaliação com uma fase de pré-seleção (candidatura curta), uma fase regular (candidatura escrita completa) e uma fase de entrevista. A escala de classificação (de 15) é substituída pela anterior abordagem simples qualificação representada por “sim ou não”. Mais importante ainda, apenas duas aplicações serão permitidas em cada etapa antes de um período de reflexão de 24 meses.

Em geral, estas alterações tendem a privilegiar os melhores candidatos porque reduzem o “ruído” associado às candidaturas. Neste sentido a CE fornecerá avaliações de maior qualidade através de um conjunto mais reduzido de candidaturas qualificadas para a fase completa, reduzindo o “fator sorte” do processo de avaliação.

No entanto, esta metodologia coloca maior responsabilidade sobre um número reduzido de avaliadores. Os quais precisam de ser cautelosamente selecionados e formados, tendo em consideração três principais desafios:

  • Desafio 1: Reduzir o excesso de solicitações
  • Desafio 2: Fornecer uma avaliação justa com critérios claros
  • Desafio 3: Recrutar avaliadores experientes e qualificados

Sob este ponto de vista, o EWGIC, que já apoiou mais de mil candidatos bem-sucedidos neste programa, aponta 15 áreas possíveis de melhoria e que devem resultar de um processo de avaliação justo e transparente.

O EWGIC acredita que as mudanças sugeridas apoiam uma avaliação mais transparente e justa, quando combinadas com critérios de avaliação claros e consistentes, juntamente com uma revisão completa dos processos de recrutamento e de formação do painel de especialistas.