27 Maio 2024

O desenvolvimento de novas tecnologias tem alterado as nossas perceções e como desenvolvemos negócios nos últimos tempos, trazendo uma série de novos conceitos e rotinas para o nosso quotidiano. A Web 3.0 e os metaversos, por exemplo, são duas tecnologias emergentes que se espera que revolucionem a forma como fazemos negócios nos próximos anos, e que são continuamente escrutinadas e avaliadas atualmente.

Web 3.0

A Web 3.0, que também é conhecida como web semântica, é um conceito desenvolvido para a próxima geração da world wide web, utilizando inteligência artificial (IA) e algoritmos de aprendizagem, bem como tecnologias blockchain para compreender os dados na sua partilha, e facilitar a pesquisa de informação e o seu armazenamento numa rede informática descentralizada, com base no contexto.

O blockchain é um método de armazenamento de informação, ou seja, uma base de dados partilhada entre uma rede de computadores que duplica e distribui transações e informação, dificultando ou impossibilitando a manipulação e o hacking do sistema.

Em comparação com a atual rede de Internet – referida como Web 2.0 – uma Web descentralizada ofereceria maior segurança e privacidade, juntamente com maior propriedade de dados, uma vez que permite aos utilizadores gerir e controlar as suas informações pessoais, em vez de depender da arquitetura de um servidor central e da sua relação com o cliente, como acontece hoje em dia.

Metaverso

O “Metaverso” é um termo que se refere a mundos virtuais que permitem a interação social utilizando avatares digitais, que incorporam tecnologias de realidade virtual ou realidade aumentada para criar uma experiência imersiva.

Neste espaço criado, aspetos do mundo físico são simulados e reforçados por meio de recursos como as redes sociais e as moedas digitais, bem como avatares, eventos, centros de atividades online, etc., elementos que variam de uma plataforma para outra.

Nas últimas duas décadas, o aparecimento e a proliferação de jogos que promovem metaversos populares, como o Minecraft e o Second Life, deram origem a tentativas de criação de cada vez mais plataformas destinadas a integrar espaços virtuais e físicos nestas interações.

Tecnologia e negócios

De acordo com o Citi, espera-se que as empresas do metaverso contribuam entre 8 e 13 triliões de dólares para a economia global até 2030, com um número estimado de cinco mil milhões de utilizadores. Mas o que é mais importante para começar é considerar os utilizadores suscetíveis de recorrer a estas novas tecnologias e o que os mesmos procuram.

Nos metaversos mais populares, como o Roblox e o Minecraft, as pessoas em geral e a geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) em particular gastam cada vez mais o seu dinheiro em objetos e acessórios virtuais, muitos deles exclusivos do respetivo metaverso. Tal indica que, para além da criação de versões virtuais de produtos físicos existentes, existem também potenciais de desenvolvimento de produtos e experiências virtuais únicas.

O marketing também pode desempenhar um papel fundamental neste domínio. Em 2022, grandes marcas como a Disney e a Nike anunciaram estratégias e projetos que abraçaram os metaversos como uma nova forma de interagir com os clientes, de alargar a compreensão e o estudo do comportamento do consumidor online e de possibilitar experiências ainda mais personalizadas e direcionadas para os interesses e necessidades de cada público-alvo.

A Web 3.0 pode igualmente melhorar as relações com os clientes. A criação de confiança entre as empresas e os seus clientes é facilitada pela transparência assegurada pela “imutabilidade” dos dados armazenados nas tecnologias de cadeias de blocos, dando a estes últimos uma maior confiança na autenticidade da informação. Uma melhor conformidade legal é outro benefício, com registos de transações imutáveis transparentes para todas as partes, auxiliando as empresas a cumprir os requisitos de governação.

Como a Web 3.0 foi concebida para ser descentralizada, é pouco provável que as aplicações necessitem de servidores e centros de dados dispendiosos e podem ser executadas em redes informáticas fornecidas pelos utilizadores finais, eliminando a necessidade de fornecedores de serviços terceiros. Outro benefício de poupança de custos é a potencialmente mais fácil monitorização da cadeia de fornecimento, permitindo a identificação de possíveis problemas com maior agilidade e melhor gestão do tempo.

O que se segue?

A Web 3.0 e os metaversos são altamente ligados em rede no seu foco na partilha de conteúdos e experiências online, e ambos se baseiam em tecnologias avançadas, como a IA é utilizada no seu desenvolvimento e as cadeias de blocos, um conceito em constante avaliação como elemento integrante da Web 3.0, destinado a alimentar os serviços dos metaversos.

Embora possam ser necessários ajustes, o potencial futuro destas duas tecnologias é enorme e altamente promissor, oferecendo inúmeras oportunidades de inovação numa nova vaga digital capaz de mudar a forma como fazemos negócios de todas as formas. Existem potenciais desafios – como a incorporação da Web 3.0 no metaverso, que pode levar a um mundo virtual totalmente integrado na Internet, ou a disponibilidade de recursos que suportem estas novas ferramentas – mas estes podem ser ultrapassados com o tempo, prometendo uma nova era de acesso e mudança.

Ana Mascia, Inovação e Marketing


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